quarta-feira, 13 de agosto de 2008

A história do jornalismo político e econômico

Nascido em Brasília, Roberto Seabra é jornalista e professor de comunicação. Em seu livro, Jornalismo político: história e processo, ele fala do surgimento do jornalismo político, suas etapas e contribuições. Destaca também que ao longo dos duzentos anos da Imprensa, o jornalismo, como um todo, sofreu muita repressão, mas também pôde se fortalecer, criando assim uma nova forma de ser produzir notícia. O jornalismo político, por exemplo, precisou se adaptar a cada novo governo, ora tinha voz e mostrava-se tão presente, ora o silêncio quase o extinguiu.
Uma das principais marcas da imprensa foi a censura. Com a Imprensa Régia, surgiu o primeiro jornal em 1808, chamado A Gazeta do Rio de Janeiro. Não se podia falar em democracia, nem fazer críticas ao governo português ou a religião, apenas publicações de atos oficiais, notícias sobre o estado de saúde dos príncipes europeus e informações sobre a família real. Um mês depois foi lançado, por Hipólito José da Costa, o Correio Brasiliense. Muitos outros jornais foram lançados e impedidos de circular, muitos jornalistas foram censurados e presos.
O jornalismo político nasceu num momento de instalação da corte portuguesa no Rio de Janeiro que gerou inúmeras conseqüências como: o desenvolvimento econômico e cultural do país. Ao contrário do que muitos pensam, o jornalismo econômico aparece juntamente com o jornalismo político, todavia, teve maior destaque na época da ditadura, quando vetaram qualquer oportunidade de se pronunciar contra o governo – o que fazia a maioria dos jornais da época - e suas decisões.
Com o milagre da concentração de renda, a partir da década de 1960, o crescimento econômico e a busca por profissionais do ramo aumentaram consideravelmente. Eclodiu então a segmentação por setores específicos. As restrições impostas pelos generais, moldaram a editoria de economia de modo que as notícias publicadas fossem superficiais, ou seja, matérias de economia popular.
Enfim, enquanto o jornalismo político se “ausentou”, o econômico floresceu, contudo, não se desvincularam. As decisões políticas estavam ligadas à economia do país, consequentemente, afetavam a população e os cofres nacionais. Eles co-existem. Um exemplo disso foi o escândalo do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado de ter contas pessoais pagas por lobistas de construtoras e quebra de decoro parlamentar. “Corrupção, escândalos, desvio de conduta, gastos supérfluos do dinheiro público, partidos de aluguel e tantas outras práticas imorais, não os abalam. Eles não coram sequer quando aparecem na mídia como parte integrante desse teatro do absurdo”, diz Luiz Carlos, do site observatório da imprensa.
A imprensa denunciou, mas pouco foi feito. Mesmo com seguimentações, tanto o jornalismo político, como o econômico, tiveram espaço dentro deste acontecimento, pois a maioria dos veículos de comunicação presenciou e noticiou este momento importante para o crescimento do país. Tanto um com o outro sobreviveu a períodos difíceis, mas não se calaram diante das maiores dificuldades, pelo contrário, lutaram pela liberdade, verdade e transparência – característica fundamental do jornalismo.



Referências Bibliográficas:
Sites: http://www.sociedadedigital.com.br/ às 23:30 12/08/08
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/ às 22:17 11/08/08
http://www.globo.com.br/ às 2230 11/08/08
SEABRA, Roberto. Jornalismo político: história e processo.

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